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  • Foto do escritorIêda Lima

Um dia para se comemorar



Quem visitou o Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo e dedicou o tempo necessário para a linha do tempo da história do nosso idioma, saiu certamente orgulhoso da riqueza desse patrimônio cultural, nosso Português.


De origem no galego-português, falado no reino da Galiza[1] e norte de Portugal, regiões conquistadas com a expansão do império colonial e comercial português adotaram essa quinta língua mais falada no mundo, como Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.


Uma língua que surgiu há cerca de dois mil anos, no oeste da Península Ibérica, nosso idioma passou por diversas alterações fonéticas que se refletiram no léxico, com as invasões de povos de língua românica, germânica e árabe, como os cónios e celtas; depois, os suevos, vândalos, búrios, alanos e visigodos; e os mouros.


No ano de 2024 do Século XXI estamos comemorando o Dia Mundial da Língua Portuguesa[2], esse idioma que herdamos e adotamos como nosso, de uma riqueza que nos permite explorar seu gigantesco potencial e brincar no mar dos seus vocábulos, valorizando sua semântica, sua sonoridade e sua função sintática.


Tenho orgulho de falar essa língua e sigo, do alto dos meus 76 anos, ainda buscando penetrar na sua complexidade, para expressar emoções, indignações, necessidades, afetos, desejos, perplexidade, esperança, memórias e saberes.  


Tenho prazer em ler textos e livros de gente que transforma as palavras desse idioma numa autêntica obra de arte, em literatura nos seus mais diversos estilos.

Minha homenagem poderia ir para Gil Vicente, Camões, Pe. Antônio Vieira, Miguel de Cervantes, Fernando Pessoa, José Saramago, Olavo Bilac, Eça de Queiroz, Manoel Bandeira, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Raquel de Queiroz, Clarice Lispector, Adélia Prado, Lygia Fagundes Teles etc.


Porém, vou ficar no mundo da Literatura Paraibana, que tem mostrado um majestoso potencial de criação do melhor da língua portuguesa, com brilhantes escritores que souberam construir seu estilo e nos brindar com o melhor da arte de escrever, sem amarras, sem medo, com emoção e muita competência linguística, esquadrinhando no imenso mar desse idioma palavras que tem cheiro, cor, luz, sombra e sentido para compor em poema e prosa. Não é Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna, José Américo, José Lins do Rego, Peryllo Doliveira e tantos outros contemporâneos que bem sabem o lugar que merecidamente ocupam?


[1] Galiza (antes Reino da Galiza entre os séculos 409 e 1833) é uma comunidade autônoma da Espanha, cuja capital é Santiago de Compostela.

[2] Criado em 20/07/2009, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), endossado pela Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO), em novembro de 2019

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