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Foto do escritorIêda Lima

Simplicidade e visão de futuro




Foi um sábado, à tardinha, que vivenciei uma bela demonstração de como a simplicidade pode criar a maior riqueza que um ser humano pode conquistar.

Havia um aniversariante, nosso dedo verde da família, capaz de transformar uma área insalubre em um sítio ou um parque. Com os resultados da sua vontade de transformar o lixo em adubo ou uma terra seca em área que nos presenteia com frutas, flores, folhas e legumes, ele vai conquistando familiares e amigos para seguir seus passos, de fazer sua parte para melhorar o nosso meio ambiente.

Foi assim que sua esposa criou uma maneira diferente de fazer sua festa de aniversário. Convidou os mais próximos para fazer uma surpresa e deixá-lo feliz plantando árvores, junto com ele. O meu presente havia sido em valor, para ele comprar o que quisesse. Seu agradecimento foi: “Oba...Vai virar árvores”, mesmo sem saber do que a companheira dele estava aprontando.

Um bolo com as velinhas não podia faltar. Enquanto aguardávamos o sol baixar um pouco, pois às dezesseis horas em Brasília, com a humidade em torno de 20% e o céu completamente azul, os raios da nossa estrela divina ainda são ardentes, tornando difícil o esforço físico para furar os buracos em um solo ressecado, com surpresas imprevisíveis. Abrigamo-nos numa sombra para nos deliciarmos com os salgados, doces e bebidas não alcóolicas que cada um contribuiu.

Chegou a hora do trabalho. Com as mudas de onze árvores, várias cavadeiras, baldes, água para molhar o piso e matar a sede das crianças e dos adultos atravessamos a rua para aquela área abandonada, esturricada, que se oferecia para receber aqueles que sabem que para colher tem que plantar.

De olho nas crianças, para que elas participassem sem se machucar, as avós se concentraram nas funções logísticas, incluindo fotografar; os homens e mulheres mais jovens pegaram no pesado, alternando ferramentas para furar os buracos que receberiam as arvorezinhas; a meninada vibrou com a experiência.

Além de se juntarem a um coro desejando uma vida longa para a árvore que estava sendo plantada, a criançada jogava a terra úmida que havia sido retirada e molhada durante o processo mais difícil. Depois, traziam capim seco, que estava ali disponível, para cobrir a área e proteger a nova morada daquelas mudinhas.

Ao final daquela festa de aniversário, onde a simplicidade se juntou à visão de futuro, cada um saiu com uma lembrancinha invisível: plantei 11 árvores.

Esse Dedo Verde é meu genro, Zeus, marido da minha raspa de tacho, Liliane. Os demais, meus rebentos, netos, sobrinhos, consogros e amigos. Que bela tarde!

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