Em Pedro Américo e o Espelho Mágico, 2022, Bruno Gaudêncio revela sua faceta de novelista, capaz de brincar com a ficção científica em meio ao seu reconhecido rigor e visão crítica dos fatos históricos.
Nessa obra, o historiador, escritor e poeta paraibano de Campina Grande apresenta o imortal artista, também paraibano, Pedro Américo de Figueiredo e Melo (Areia/PB 1843 – Florença/Itália 1905), nas suas angustiantes horas finais de criação do painel “Independência ou Morte”, exposto no Museu do Ipiranga, em São Paulo, onde o pintor se pergunta se será reconhecido, pelos brasileiros.
O autor transfigurou o dinamarquês Karl Verner em um cientista místico alemão, que usou a amizade e a ânsia de Pedro Américo em conhecer um pouco mais sobre o evento histórico da Independência do Brasil, no passado, e as possíveis reações da crítica, no futuro, para fazer experimentos da sua mais recente invenção, uma máquina secreta de deslocar-se no tempo.
Assim, Bruno Gaudêncio descortina a credibilidade histórica de fatos narrados em documentos e livros; e revela a redenção de Pedro Américo, então desdenhado por seus pares e crítica especializada, no Brasil de então, que ele tanto amava.
Com essa novela histórica, o autor aproxima o leitor de um multifacetado artista brasileiro, reconhecido internacionalmente, e de detalhes sobre o processo de criação da “certidão pictórica do nascimento do Brasil independente”.
Obra digna do Prêmio de Incentivo à Produção Literária – 200 Anos da Independência do Brasil, edição 2018, Ministério da Cultura, a que fez jus.
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