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  • Foto do escritorIêda Lima

Elpídio de Almeida, paradigma de prefeito

Neste 01 de setembro de 2023 se comemorou os 130 anos de nascimento do médico, político e memorialista, nascido dia 01/09/1893, em Areia/PB, terra de Pedro Américo e outros ícones da cultura e política brasileira, filho de Rufino Augusto de Almeida e Adelaide de Almeida. Tendo iniciado seus estudos em João Pessoa, no Colégio Pio X, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou pela Universidade de Medicina, em 1918.

Elpidio de Almeida

Em 1925 foi atraído por Campina Grande, quando se integrou ao corpo médico do Posto de Profilaxia Rural "Lafaiete de Freitas". Casou-se com Adagilsa Almeida, com quem teve os filhos Orlando e Antônio Almeida, que foram Deputados Estaduais na Paraíba; o empresário Humberto de Almeida, que foi casado com Ida Steinmüller, Presidente de Honra do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG) e Elza Almeida, mãe de Sílvia Almeida, 1ª esposa de Cássio Cunha Lima.

Como médico, foi clínico, sanitarista, ginecologista, parteiro, pediatra e dermatologista, como testemunhou o saudoso pediatra Dr. Virgílio Brasileiro. Foi membro fundador e primeiro presidente da Sociedade Médica de Campina Grande, fundada em 04 de maio de 1941.


Como político, integrou o Conselho Municipal (Câmara de Vereadores) de Campina Grande, de 1929 a 1930, e participou do Comitê de Apoio à Aliança Liberal, liderado por políticos que apoiavam a candidatura de Getúlio Vargas a Presidente da República, com João Pessoa como vice. Em 1930 todos os mandatos parlamentares foram extintos, nos três níveis de governo, por Decreto de Getúlio Vargas, após o golpe militar, conhecido como Revolução de 1930. Com a redemocratização, ou a chamada queda do Estado Novo, Elpídio filiou-se ao Partido Libertador, pelo qual concorreu à prefeitura de Campina Grande/PB. Vitorioso, administrou a cidade entre 1947 e 1950, quando se desincompatibilizou para concorrer ao cargo de Deputado Federal. Eleito, exerceu o mandato de 1951 a 1954. Em outubro de 1954 foi mais uma vez eleito prefeito, governando de 1955 a 1959, quando novamente se afastou do cargo, para concorrer à Câmara Federal. Após perder as eleições, abandonou a política e voltou a se dedicar à Medicina.


Na primeira administração como prefeito, Elpídio de Almeida contou com o decisivo apoio do político, poeta e amigo Félix de Araújo, que foi o responsável por sua campanha. As prioridades da gestão foram a educação e a saúde. Foi assim que, sob a condução de Félix Araújo, que assumiu o Departamento de Educação, em 07/01/1948, foram traçadas as diretrizes para reforma do ensino primário (fundamental), além de elevar de 150 para 211 escolas e criar, em 1950, o sistema de bolsa de estudo para assegurar ao estudante a possibilidade de fazer ensino secundário em escolas particulares, patrocinado pelo município.


Incentivou loteamentos, para expansão da cidade, que depois vieram a se tornar os bairros Jardim Paulistano, Palmeira, Centenário, Bela Vista, Prata, Alto Branco, Santo Antônio, Santa Rosa; e fez desapropriações de áreas suburbanas, para instalação de obras do governo federal, Hospital do IPASE, e estadual, o Colégio Estadual da Prata. Dentre as inúmeras obras, a inaugurou em 09/08/1951 a Maternidade Municipal, que depois incorporou seu nome.


Na segunda administração, Elpídio teve o apoio dos intelectuais Lynaldo Cavalcanti e Edvaldo do Ó, em Viação e Obras e Educação e Cultura, respectivamente, deixando marca como gestor, ambientalista e incentivador da cultura campinense. Assim, dentre outras valiosas contribuições, construiu e reformou várias praças, fez obras de melhorias no entorno do açude velho, o cartão postal da cidade, e ampliou significativamente a rede elétrica e telefônica da cidade; criou um horto de sementeiras no bairro de Bodocongó, para fornecer mudas para um projeto pioneiro no país, de reflorestamento da cidade; e outro em Lagoa Seca, para produzir alimentos para a Maternidade. Ampliou o acervo da Biblioteca Municipal, nomeando-a de Félix Araújo; estimulou a música com a criação do Orfeão Municipal, o apoio à Filarmônica “Epitácio Pessoa” e a criação da Escola de Violinos “José Siqueira”; promoveu a capacitação de professores municipais, para fazer jus ao projeto de reestruturação do ensino primário (Ensino Fundamental); idealizou e iniciou as obras do Teatro Municipal, tendo vendido prédio público para captação de recursos para este fim; e criou o cinema educativo, instalado no salão de teatro do Grupo Escolar “Doutor Chateaubriand”.


Como memorialista, escreveu a obra "História de Campina Grande", editado pela Livraria Pedrosa e impresso em Recife, em 1962, sua contribuição espontânea ao 1º Centenário de Campina Grande (11/10/1964), um valioso documento histórico de 32 capítulos em 424 páginas; colaborou com a Revista Campinense de Cultura, lançada em comemoração ao centenário de Campina Grande, em 1964, que tinha como prefeito o advogado e poeta Félix de Souza Araújo Filho; e é sócio fundador e patrono da Cadeira nº 01 do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG) e da Cadeira nº 05 do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP).


Seu nome está em logradouros, viaduto, escolas, instituições de saúde pública da cidade e região e na Casa da Memória do IHCG, fazendo jus ao que se tornou, “o paradigma de prefeito de Campina Grande”, como me disse o também ex-prefeito da cidade, Félix Araújo Filho.


 

Artigo publicado no jornal A União em 06 de Setembro de 2023




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