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  • Foto do escritorIêda Lima

Êh, São Paulo!

Foram doze anos muito intensos. Nos primeiros, muita correria. Já nem seria necessária uma agenda tão apertada; mas, o convite a superar novos desafios era tentador.

A recompensa veio com as amizades que fui conquistando. Umas, mais sólidas, me acompanharam com frequência e intimidade, fazendo-se presentes nos meus passeios de exploração cultural, gastronômica e ambiental dessa quatrocentona, que tem meu ritmo; e nas viagens mais longas, que serviram de teste e cola das nossas relações.

Levarei saudades dos nossos encontros na casa de um de nós ou em restaurantes honestos em qualidade e preço, onde passávamos horas jogando conversa fora; o respeito mútuo e ao vinho que acompanhava nosso papo estimulava a troca de ideias, sem confundi-las com as pessoas que as defendiam, consolidando nossa amizade.

Perdi a conta dos sítios onde também deixamos nossas pegadas: Sala São Paulo, Teatro Municipal, Casa das Rosas, Museus de Arte de São Paulo, do Ipiranga, da Imagem e do Som, da Língua Portuguesa e da Casa Brasileira, MASP, Pinacoteca, Japan House. Os parques Ibirapuera ("meu" Ibira), Villa Lobos e Água Branca.

Ah aqueles cafezinhos no CCBB, na Bolsa de Valores, no Pateo do Collegio e na Casa Mathilde, no centro histórico da cidade; ou na Livraria Cultura da Paulista, Reserva Cultural, Instituto Moreira Sales!

Guardarei para sempre os passeios no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro. Saía de casa com uma mochila e um bom calçado de caminhada, para explorar o centro histórico da cidade, junto com amigos, com olhar fotográfico para cada marca deixada pelos que por lá passaram, antes de nós. O ponto de partida era, sempre, o da fundação da cidade: o Pateo do Collegio.

Nesse dia especial, sob proteção policial reforçada, até os bancos e coretos da Praça da Luz e da República ficavam seguros para uma parada de contemplação e fotos.

A beleza dos prédios históricos e da cidade limpa para a festa contracenava com a feiura da chocante quantidade de moradores de rua e pedintes. Com a consciência tranquila de que nossa parte estava sendo feita, seguíamos nosso passeio.

Descíamos pelo calçadão listrado da Rua General Carneiro, em busca de um pastel de bacalhau com cerveja bem geladinha no Mercadão (Mercado Municipal). Depois, subíamos a escada rolante que só os paulistanos conhecem, evitando a íngreme e lotada Ladeira Porto Geral, para tomar um café com pastel de Belém, na Doceria Mathilde.

Próximo passo era apreciar a cidade de cima do Edifício Martinelle e seguir pela Rua São Bento e Vale do Anhangabaú até o Teatro Municipal; de lá, seguir para tomar mais um café no SESC 24 de Maio, após um click em frente à Galeria do Rock.

Depois, um passeio na Praça da República e uma chegada no Bar e Lanches Estadão, para repor as energias com um sanduíche de pernil e um chopp, após dar uma passadinha pela Biblioteca Mário de Andrade.

Refeitos, seguíamos até o Parque Jardim da Luz, pela Av. Ipiranga, algo impensável pra mim, em dias normais. Incrível a beleza daquele parque, visto por dentro!

Dali, adentrar a Estação da Luz e apreciar, do andar de cima, o sobe e desce de gente e o vai e vem dos trens vermelho e cinza da CPTM; depois tomar mais um cafezinho na Pinacoteca, finalizando o dia pegando a linha azul do Metrô de volta pra casa, com o coração agradecido por aquele dia de sol maravilhoso e o privilégio da liberdade de ir e vir, como pedestre, em boa companhia.

Êh São Paulo! Você e os amigos que fiz por aí ficaram encrustados na minha alma como as conchas na rocha! Até breve! ❤️



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