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  • Foto do escritorIêda Lima

Cícero Vieira, o franciscano

Homem lendo livro
Professor Cícero Vieira

Professor Cícero Agostinho Vieira nasceu em 26/06/1931, em Canindé, norte do Ceará, filho de Pedro Agostinho Vieira e de Maria Dolores Costa, como o quinto de treze filhos do casal, marcando sua trajetória pela entrega à educação e à formação espiritual e intelectual de jovens.


Foi alfabetizado por Dona Ambrozina, no distrito de Ipú/Canindé, aos 06 anos de idade. Seguiu sua formação básica no Instituto Evaldo Neco, onde estudou por dois anos, depois no Convento São Francisco, ainda em Canindé/CE, completando-a no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca/PB, como aluno. Após passar por Aracaju/SE, fez o noviciado e se tornou Frade, no Convento Franciscano em Salvador, onde celebrou a sua primeira missa, em dezembro de 1959.


Em 1960, Cícero se formou em Teologia pelo Instituto Franciscano de Teologia, tendo se especializado em Teologia Pastoral na mesma Instituição, no ano seguinte; em 1970, concluiu o bacharelato em Filosofia, pela Universidade Católica de Pernambuco; em 1974, fez especialização em Métodos e Técnicas de Ensino, pela Universidade Federal do Ceará (1974); e em 1979, tornou-se Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas.

Cumprindo seu destino ou os desígnios de Deus, dedicou-se à vida religiosa junto à congregação franciscana, no Convento Ipuarana, fundado em 1940 por frades alemães que haviam fugido da perseguição do partido nazista de Hitler. O convento mantinha o Colégio Seráfico Santo Antônio que, além de abrigar alunos internos para formação básica e religiosa, oferecia oficinas de alfaiataria, carpintaria, encadernação e outras habilidades artesanais.


Cícero, que então adotara o nome de Frei Olegário, dedicou-se também à Juventude Estudantil Católica, acolhendo os jovens inquietos dos anos 60, do Século XX, orientando-os em sessões de leituras de grandes clássicos da filosofia e também a se divertirem, saudavelmente.

Até que Frei Olegário decidiu seguir servindo a Deus por meio do amor a uma mulher, a professora Maria de Lourdes Nascimento, com quem se casou, em 1972, de cuja união nasceram os filhos, Karla, Kilma, Keila, Carlos Artur, César Augusto, sete netos e um bisneto.


Com o apoio incondicional da família, Cícero seguiu seu apostolado franciscano como professor e orientador na Universidade Federal de Campina Grande e Universidade Estadual da Paraíba, então UFPB e FURNE, respectivamente, lecionando Metodologia do Ensino Superior, Filosofia da Educação, História da Educação, na graduação; Metodologia de Pesquisa Científica, na pós-graduação; e Introdução à Filosofia e História da Educação I e II, na extensão universitária.


Por amor à educação e à memória histórica, foi membro do Grupo de Estudos Paulo Freire (GESPAUF) e sócio efetivo do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG), ocupando desde 18/09/2013 até sua morte, a Cadeira nº 25, que tem como patrono o Professor Itan Pereira da Silva. Foi Diretor Administrativo Financeiro do IHCG, entre 2016 e 2018, na gestão de Juciene Ricarte, reconduzido na primeira gestão Vanderley de Brito, entre 2018 e 2020; e compôs o conselho do Centro Editorial do IHCG. A psicóloga Mayvonne Morais o sucedeu na Cadeira.


Cícero tinha orgulho do seu nome, por ser composto de três nomes de ícones da história universal: Cícero, o filósofo romano (106 a.C – 43 a.C); Agostinho, o teólogo e filósofo argelino (354 d.C – 430 d.C) ; e Vieira, o padre filósofo, escritor e orador português (1608 – 1697).


Apaixonado por Filosofia e defensor da pedagogia crítica de Paulo Freire, educador e filósofo pernambucano, Cícero entregou-se à missão de ensinar e à abnegada, criteriosa e prazerosa tarefa de revisão de textos de escritores da sua terra, incluindo meu segundo livro.


Pessoas na livraria
Mamãe e Cícero

Estudioso, curioso, teimoso, prestativo, grato, amoroso, responsável e leal com os amigos, Cícero foi agraciado com a Lei nº 7.660/2020, que denominou de Rua Professor Cícero Agostinho Vieira, uma das novas ruas de Campina Grande, de autoria do vereador João Dantas, que na Justificativa da sua proposta registrou a simplicidade e fidalguia do homenageado, que escondiam o professor dedicado e preparado, que formou muitas gerações de campinenses.


Cícero faleceu aos 89 anos de idade, em 29 de julho de 2020, no dia em sua cidade natal completava 174 anos. Seu padroeiro? São Francisco das Chagas, frade franciscano, nascido em Assis, na Itália, batizado como Giovanni di Pietro di Bernadone (1181-1226), que pregava uma visão positiva da natureza e do homem, e contribuiu para a filosofia da Renascença.




 

Artigo publicado no jornal A União em 15 de Novembro de 2023


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