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Foto do escritorIêda Lima

Campina Grande, minha linda!

Nesta quarta-feira, onze de outubro de 2023, quando comemoramos os 159 anos desde que foste alçada de Vila a Município, pus-me a te olhar como uma adolescente em plena efervescência, vista pelo mundo afora como o Vale do Silício brasileiro, um Centro Tecnológico de desenvolvimento de softwares e de indústrias de informática e eletrônica.


Isto graças à tua inquietude, estimulada e cuidadosamente conduzida pela massa crítica concentrada nas Universidades Federal e Estadual de Campina Grande, resultado do pioneirismo e visão de futuro do grande Lynaldo Cavalcanti, o prócer da Ciência e Tecnologia.


Não faz muito tempo que foste capaz de dar um grandioso salto de desenvolvimento, quando te tornaste a segunda maior beneficiadora e exportadora de algodão do mundo, só perdendo para Liverpool, na Inglaterra, quando tua população cresceu 650%, em 32 anos.


És uma adolescente com energia capaz de receber, no jardim da tua casa, amigos dos mais distantes rincões deste nosso amado Brasil, para cantar e dançar o forró e outros ritmos populares no Maior São João do Mundo, durante trinta dias, numa paz de provocar inveja.


Escolheste fincar-te no alto da Serra da Borborema, no agreste paraibano, porque sabias que precisavas olhar de cima para projetar teus sonhos e do clima ameno para pensar. Do alto, podes ver melhor teus dezesseis vizinhos que, junto contigo, formam a Região Metropolitana de Campina Grande: Lagoa Seca, Massaranduba, Boqueirão, Queimadas, Barra de Santana, Caturité, Boa Vista, Puxinanã, Fagundes, Gado Bravo, Aroeiras, Itatuba, Ingá, Riachão do Bacamarte, Serra Redonda e Matinhas, num lindo vai e vem produtivo e cultural.


Tua grande família foi formada por gente nativa ou atraída por tua pujança, beleza e cultura, formando a segunda cidade mais populosa do interior do Nordeste. A história dos que se acercaram de ti foi cuidadosa e carinhosamente organizada nos diversos museus que abrigas em teu seio, destacando-se o Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande; o Memorial Elpídio de Almeida do Instituto Histórico de Campina Grande; o Museu Digital do SESI; O Museu de Arte Popular da Paraíba (conhecido como Museu dos 3 pandeiros); o Museu de Artes Assis Chateaubriand; o Museu (itinerante) do Maior São João do Mundo; o Museu Luiz Gonzaga; o Memorial Severino Cabral; e o Museu de História e Tecnologia do Algodão.


Ainda criastes o Centro Cultural Lourdes Ramalho, a Vila do Artesão e a Vila Sítio São João, este último idealizado pelo cenógrafo, dramaturgo, cordelista e ativista cultural João Dantas, o maior museu a céu aberto sobre os costumes e tradições culturais nordestinas.


Esbanjas vigor promovendo atividades culturais como o Bloco da Saudade e o Festival de Inverno, idealizados pela professora, ativista e produtora cultural Eneida Maracajá.


Tua inquietude intelectual faz brotar escritores, poetas, ensaístas, historiadores e memorialistas da mais elevada qualidade, abrigados na Academia de Letras de Campina Grande (ALCG) e no Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG), aos quais tenho orgulho de pertencer, como membro efetiva e sócia correspondente, respectivamente.


Campina Grande, minha linda, sou grata por ter minhas raízes fincadas na tua terra!


Ieda com vista de Campina Grande
 

Artigo publicado no jornal A União em 11 de Outubro de 2023


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