Quando em novembro de 2019 estive no lançamento do livro de Edmilson Rodrigues, A Poética do Ridículo: Cronicontos & Ensaios, eu o sabia poeta e não prosador. Seu livro, como tantos outros que tiveram que aguardar meu tempo para lê-los, finalmente volta às minhas mãos, neste início de 2024, como parte da decisão de saldar minha dívida com obras de confrades da Academia de Letras de Campina Grande (ALCG) que se acumulavam na minha cabeceira.
A incursão no subjetivo, nos sentimentos e qualidades intrínsecas do ser humano, é por demais desafiadora na literatura. Em especial, se o autor opta por uma tênue linha entre as literaturas fantástica e filosófica; mais ainda se esse autor carrega em seu âmago o dom da poesia lírica.
Edmilson revira nossa lógica de leitor pelo avesso, tratando de temas aparentemente simples, mas profundamente complexos como as faces do silêncio; a verdade e seus limites entre ficção e realidade; a diferença entre medo e receio, erro e engano, conivência e cumplicidade, habilidade e tristeza; e busca destrinchar a farsa, o melindre, a inveja, a tolerância e a indulgência, além de abrir o leque das diferentes motivações e intensidade do beijo, esse idioma universal.
Parafraseando o confrade José Nêumanne Pinto, “...a Poética do Ridículo é pra chorar ou rir? ...Será a poética de qualquer coisa algo ridículo? Ou será o ridículo algo sempre poético?... Eu diria: Que tal você encontrar sua própria resposta, lendo-o? Parabéns pela ousadia, confrade Zédimilson!
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